Esta versão de Os Sete Cabritinhos foi publicada no livro Légendes d’Alsace, Éditions Ouest-France – Rennes – 2010, p. 325-326, escrita originalmente em alemão por Auguste Stoeber (1808-1884), escritor responsável pela coleta e publicação de histórias da Alsácia, região da França, às margens do Reno, na fronteira com a Alemanha. A versão em francês é de Michel Stoeber.
Traduzida do francês por Dagoberto Buim Arena
Os sete cabritinhos
Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhos. Um dia, quando ela precisou ir até a floresta, ela lhes disse: “Meus amores, tomem cuidado com o lobo e não o deixem entrar, senão vocês estarão todos perdidos”. Em seguida ela se foi.
Depois de pouco tempo, ouviram alguém bater à porta e gritar: “Abram, abram, queridos filhos, a mamãe voltou da floresta”!
Mas os cabritinhos reconheceram que a voz não era da mamãe e disseram: “ A mamãe não tem uma voz assim tão grossa”! Então eles não a abriram.
Pouco tempo depois ouviram novamente bater à porta e ouviram alguém dizer suavemente: “Abram, abram, queridos filhos, a mamãe voltou da floresta”!
Mas os cabritinhos viram através da fenda da porta um par de pés pretos e disseram: “A mamãe não tem pés assim tão pretos”. E então eles não a abriram.
O lobo, ouvindo isso, correu ao moinho e pôs os pés na farinha para que ficassem brancos. Em seguida, ele retornou diante da porta, passou seus pés brancos pela fenda e disse de novo bem suavemente: “Abram, abram, queridos filhos, a mamãe voltou da floresta”!
Quando os cabritinhos viram os pés brancos e ouviram uma voz suave, eles acreditaram que era a mamãe e abriram a porta rapidamente.
Logo que abriram a porta, o lobo saltou para dentro. Os cabritinhos, com medo, queriam se esconder, um para debaixo da cama, outro sob a mesa, o terceiro correu para trás do fogão, um outro atrás da cadeira, outro atrás da porta, um outro atrás de um pote de leite e outro na caixa do pêndulo do relógio.
Mas o lobo os achou e os comeu. Depois ele saiu, se escondeu em um jardim sob uma árvore e caiu no sono.
Logo em seguida, a velha cabra voltou da floresta, encontrou a porta aberta e a casa vazia. Ela pensou logo: “Isto não está me cheirando bem!”
Começou a procurar seus filhos por todos os lugares, mas não os encontrou em parte alguma e teve então a ideia de chamá-los bem alto, mas ninguém respondeu. Enfim, ela foi para o jardim. O lobo estava lá, escondido sob uma árvore. Roncava tanto que seus braços tremiam. Quando ela se aproximou mais, percebeu que alguma coisa remexia-se em seu ventre. Ela se alegrou e julgou que seus filhos ainda estivessem vivos.
Ela correu depressa para sua casa, pegou uma tesoura, abriu o ventre do lobo e os cabritinhos pularam para fora, um depois do outro, e todos vivos ainda. Em seguida, eles pegaram rapidamente algumas pedras, puseram dentro no ventre do lobo e o costuraram.
Quando o lobo acordou, sentiu sede e decidiu ir até uma fonte para beber água, mas quando ele deu um passo, as pedras se entrechocaram em seu ventre e ele disse:
Oh! Que barulho!
Que se passa em meu ventre!
Creio ter cabritinhos dentro
Mas isso são somente pedras barulhentas!
Quando ele chegou à fonte e abaixou a cabeça para beber a água, as pedras se movimentaram, ele caiu na água e se afogou.
Ao ver isso, a velha cabra começou a dançar de alegria em torno da fonte com seus sete cabritinhos.
Cabritinhos nos lençóis maranhenses
É incrível o quanto este espaço dedicado às Histórias no site do Nahum tem me encantado! Penso que oportunizar ao/a professor/a a tradução de contos populares de outros países, histórias populares brasileiras e histórias orais ouvidas pelo país, recuperadas por adultos e crianças, tem, de fato, alcançado o objetivo desejado, ampliar o nosso universo cultural. Tenho percebido que com as crianças não têm sido diferente. Tenho um sobrinho de 6 anos, Miguel, que me pergunta sempre que vem à minha casa me visitar “Já chegou outra história?”. A história dos “Sete cabritinhos”, então, fez um sucesso total, especialmente quando soube que as imagens e o vídeo que ilustram a narrativa são do estado onde mora, o Maranhão. Senti um misto de orgulho e admiração por parte dele, como quem diz “Nossa, meu estado aparece aí!”. Na verdade, posso confessar que o orgulho foi de ambos: sobrinho e tia, rs. Que venham mais histórias!!
Obrigado pelos comentários, Joelma.
Obrigado, Joelma.
achei essa historia muito legal, para todas as crianças
Este texto foi muito legal. Nós gostamos muito porque a mamãe cabritinha foi muito esperta. As imagens estão muito fofas.
Eu amo essa história. Desde bebê, sei de cabeça e passei a gostar dela.
Este texto foi muito legal. Nós gostamos muito porque a mamãe cabritinha foi muito esperta. As imagens estão muito fofas.
Percebi que essa versão é bem diferente da que eu li porque a que eu conheço sobra o cabritinho que se escondeu atrás do relógio.
Li e gostei da parte que a mamãe salvou os cabritinhos e quando ela [a mamãe] costurou a barriga do lobo.
A mãe dos cabritinhos foi muito espera, não é, Artur?
Foi muito esperta!!!
André, tem um cabritinho que se esconde mesmo na caixa do relógio. Esta versão que traduzi é a original.
Nossa, Miguel Antônio. Esta história faz parte de sua vida, então!!! De qual versão, que você leu ou ouviu, gostou mais?
Lara e Marina, as imagens dos cabritinhos são fotos e filmes que eu fiz quando viajei para o estado do Maranhão! Fui a um sítio e quando vi aqueles cabritinhos pulando, logo me lembrei da história que eu estava querendo traduzir. Aí juntei tudo. E ficou bonito, não é?
Eu gosto mais da versão em que o sétimo cabritinho se esconde atras do relógio e tudo fica uma bagunça.
Ficou bonito sim, professor Dagoberto.
Ficou mesmo!!
Oi eu sou Ana Helena. Moro em Tabatinga-SP. Tenho 9 anos. Sou aluna da Emily. Eu já li uma historia parecida com essa. Gostei muito dessa também. Até mais.
Oi, Ana Helena! Então você é aluna da Emily!? A Emily é minha aluna aqui em Marília!! A história dos Sete Cabritinhos é legal mesmo! Essa é a história original!! Alguns tomaram o final da dela e o misturaram com a história de Chapeuzinho Vermelho, colocando pedras na barriga do lobo, mas na história original de Chapeuzinho, o lobo não morre não!!!
Oi meu nome é Paulo. Tenho aula com a Emily todos os Sábados. Moro no sítio São João. Já assisti um desenho que contava a mesma história. Achei muito legal.
Oi, Paulo. Você mora no sítio São João!! E o que tem de legal lá no sítio para você brincar? A Emily sempre me fala de vocês!! Continue vendo desenhos de histórias e continue lendo também!! Assim é que a gente vai aprendendo a viver!!! A história que você viu terminava do mesmo jeito que a que você leu?
Depois que os frangos vão embora e o meu pai limpa o esterco eu brinco de bicicleta na granja. Sim as histórias terminam do mesmo jeito. Eu leio muitas histórias aqui com a Emily mas na minha escola eu não leio histórias.
Paulo Vitor,
a nossa Emily anda doentinha, né!! Vamos fazer tudo par a ela voltar logo do hospital, né?
Quando estava no jardim de infância participei de uma peça de teatro dos 7 cabritinhos e eu fui um passarinho que ajudou a mamãe cabrito a costurar a barriga do lobo depois de salvar seus filhos, lembro-me até hoje com saudades dessa história. E percebo o quanto os contos infantis foram importantíssimos para minha formação leitora.