A serra da Capivara, situada em terras dos municípios de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato, no sudoeste do Piauí, enfiada no coração da caatinga, guarda, em seus paredões rochosos, milhares de pinturas rupestres. No tempo da seca, a caatinga adormece para se proteger da falta de água. No tempo das águas, desperta verdejante, florida, e doa esperança aos homens, aos animais, às plantas. Protegida como Parque Nacional, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), graças ao trabalho da arqueóloga Niède Guidon, a Serra protege a vida de animais como o mocó.
Os mocós, roedores semelhantes às cutias, habitam as tocas das rochas. Eles se adaptaram tanto à caatinga que nem precisam beber água como os demais. O pouco de que necessitam é retirado das plantas, raízes e sementes que roem. Sua urina é muito concentrada. Ao se misturarem com as fezes, formam um bolo preto como piche, grudento, que chega a ameaçar a conservação de algumas das pinturas menos protegidas.
Em uma das entradas do Parque está o Sítio do Mocó, uma comunidade, antes caçadora, que encontrou na conservação e no turismo a fonte de sua vida.