Você é um gênio!

Verdisco é um duende que aprende, com o mundo ao seu redor, como resolver problemas da vida real. Descubra quem o inspira, lendo esta história! Fonte: https://favoledellabuonanotte.com/2020/02/18/sei-un-genio/

Todas as manhãs acordava cedo e dizia à mamãe Fada Verde que iria explorar o micromundo encantado do bosque. A mamãe Fada sabia que seu pequeno duende iria um pouco mais longe do que no dia anterior e com sua doçura de sempre respondia que poderia ir, desde que estivesse sempre atento aos perigos.
O pequeno Verdisco era curioso, mas sempre muito prudente e em suas explorações nunca fazia nada que pudesse ser perigoso.
Foi assim que um dia, se dirigindo ao norte do bosque, descobriu que havia plantações de beterrabas povoadas por milhares de caracóis.
Verdisco gostava muito de caracóis porque eles rastejavam e tinham, na cabeça, dois chifrinhos muito simpáticos …
É sim… Os caracóis tinham dois pequenos chifres na cabeça, que não eram pontiagudos como os dos veados, mas terminavam com uma bolinha, como que para mostrar que são animaizinhos bons e pacíficos.
O que o deixou mais encantado entre todas as características foi a concha presa ao corpo. Assim, sempre que se cansassem, poderiam descansar na sua casinha… Pensou:
“Mas que coisa linda!!! Seria ótimo se eu pudesse andar por aí com meu cogumelo nas costas e dormir a qualquer momento!!! Sim… eu gosto muito de caracóis!”
Alguns dias depois, ele foi um pouco mais para o leste e viu alguns animais que se moviam saltando e conseguiam ficar sobre dois pés exatamente como os duendes. Eram os cangurus! Eles tinham um bolso na barriga onde acomodavam seus filhotinhos… Ele pensou:
“Ah, como seria bom se minha mãe, a Fada Verde, tivesse uma bela bolsa como a da mamãe canguru… Passearíamos e faríamos um monte de coisas juntos, sem que a mamãe Fada fizesse qualquer esforço.”
Por esse motivo, ele também gostava muito dos canguruzinhos e das canguruzinhas.
Passados alguns dias, ele foi em direção ao lago onde viu algumas rãs pulando sobre os lírios e um grande sapo chafurdando na lama da margem. Ele os observou por um longo tempo até que o sapo esticou a língua de forma desproporcional e… zás! Pegou um mosquito que estava passando naquele momento… Pensou:
“Que genial!!! Se eu tivesse uma língua tão comprida, eu poderia tirar as maçãs da árvore sem precisar subir pela escada!”
E ele sorriu ao pensar em ter uma língua assim tão comprida.
Um pouco mais adiante, no bosque, ele encontrou outros animais simpáticos: elefantes e girafas. Eles também podiam esticar suas trombas ou alongar seus pescoços para pegar as maçãs das árvores.
Resumindo, quanto mais conhecia o bosque, mais percebia que havia muitos seres especiais no mundo e que gostaria de conhecer todos eles.
Um dia, a mamãe Fada Verde acordou Verdisco e disse-lhe que teriam que partir para uma longa viagem porque a vovó de Fada Azul lhes havia chamado porque não estava se sentindo bem e precisava urgentemente deles.
“Você vai ter que vir comigo…” disse. “Mas temos um problema… Não sabemos onde vamos dormir porque a vovó Fada Azul mora no abrigo das fadas idosas e por isso não teremos onde ficar.”
O pequeno duende pensou imediatamente em sua amiga caracol e não demorou muito para construir um bom carrinho no qual colocou o cogumelo deles. Ele correu para sua mãe amorosa e disse:
“Com o nosso carrinho partiremos para a vovó Fada Azul. A casa estará sempre conosco, então teremos todo o tempo para que a vovó Azul se cure e depois voltamos!”
A mamãe Fada Verde muito feliz disse a ele: “Você foi genial!!!”
Ficaram o tempo necessário até que a vovó se curasse. Voltaram felizes. Os passeios pelo bosque continuaram.
Alguns dias depois de sua chegada, o amigo Fritz chegou precisando de ajuda. Sua gatinha Bia havia subido em uma árvore muito alta, já fazia dois dias, e não conseguia descer…Ela fugiu porque uma colher mágica caiu acidentalmente e fez um barulho tão alto que a gatinha, apavorada, fugiu.
Quando chegaram, vendo a situação, Verdisco começou a se lembrar da girafa, do elefante e disse: “Não há necessidade de subirmos… Bastará construir uma vara bem comprida, com outra vara, para que chegue até a gatinha.”
Fritz olhou para ele incrédulo pensando que estivesse brincando. Em vez disso, Verdisco construiu uma longa vara, que parecia exatamente o pescoço de uma girafa, com os bambus do bosque.
Colocou uma grande almofada na base da árvore e com a vara chegou até onde estava a gatinha, que deu um salto sobre a vara e pousou na almofada macia. A gatinha conseguiu voltar para os braços de seu amigo Fritz que, muito feliz, agradeceu a Verdisco dizendo-lhe…
“Você é um gênio!”
O pequeno Verdisco ficou muito satisfeito por ter ajudado alguém e enquanto voltava pensou:
“Ao passear pelo bosque não só conheci belíssimos animais e plantas… Mas, também me deu a oportunidade de ter ideias para melhorar a minha vida e a dos outros.”
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Ilustração: Lisa Perbellini
Autores: Fata Verde e Angelo Guardiano
Tradução do italiano para o português brasileiro: Adriana Pastorello Buim Arena
Revisão técnica da tradução: Elaine Beatriz de Sousa Pagliaro
Fonte: https://favoledellabuonanotte.com/2020/02/18/sei-un-genio/